Cantagalo localiza-se na Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro e insere-se no Centro-Norte Fluminense com sua topografia agraciada pela natureza. Seu ar puro proporciona um clima agradável e com ótima qualidade de vida. De acordo com o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano de 2009, estimou-se uma população residente de 20.540 habitantes. Portanto, o contingente populacional urbano é de, aproximadamente, 65% do total, em oposição aos 35% de população residente em áreas rurais. Possui uma extensão territorial total de 719,3 km², estando a uma distância de 200 km da capital, o Rio de Janeiro.
Seus 20 mil habitantes, distribuídos em cinco distritos, conseguiram preservar suas culturas e tradições ao longo dos anos, mantendo a verdadeira característica de uma cidade interiorana, motivo de orgulho e satisfação.
EUCLIDES DA CUNHA
Euclides da Cunha (1866-1909) foi um escritor, jornalista e professor brasileiro, autor da obra “Os Sertões”. Foi enviado como
correspondente ao Sertão da Bahia, pelo jornal O Estado de São Paulo, para cobrir a guerra no município de Canudos. Seu livro,
“Os Sertões”, representou uma das principais realizações do “Pré-Modernismo”, com uma literatura social voltada para os problemas
concretos do país. A obra narra e analisa os acontecimentos da guerra. O autor foi eleito, em 21 de setembro de 1903, para a cadeira
n.º 7 da Academia Brasileira de Letras. Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha nasceu em Cantagalo, Rio de Janeiro, no dia 20 de
janeiro de 1866. Filho de Manuel Rodrigues da Cunha Pimenta e Eudósia Alves Moreira da Cunha, a partir de 3 anos, viveu entre
fazendas na Bahia e o Rio de Janeiro, com tios que o criaram depois que ficou órfão de mãe. Em 1885, com 19 anos, ingressou na Escola
Politécnica, mas por falta de recursos transferiu-se para a Escola Militar da Praia Vermelha. Nessa época, escrevia para a revista da escola,
“A Família Acadêmica”. Por afrontar o Ministro da Guerra do Império, foi expulso da Academia. Em 1889 seguiu para São Paulo e
publicou no jornal, O Estado de São Paulo, uma série de artigos onde defendia os ideais republicanos.
O Pré-Modernismo
Nas primeiras décadas do século XX o Brasil passou por várias transformações na vida política, social e cultural. Nesse período a
literatura brasileira atravessou um cruzamento de ideias e formas literárias, que foi chamado de Pré-Modernista. Embora os autores
pré-modernistas ainda estivessem presos aos modelos do romance realista-naturalista e da poesia simbolista, algumas novidades
essenciais foram observadas em suas obras: o interesse pela realidade brasileira e a busca de uma linguagem mais simples e coloquial.
Na prosa, se destacaram: Euclides da Cunha, Graça Aranha, Lima Barreto e Monteiro Lobato, que se posicionaram diante dos problemas
sociais e culturais do país, criticando o Brasil arcaico e negando o academicismo dominante.
Guerra de Canudos
A guerra de Canudos, ocorrida na Bahia, entre 1896 e 1897, foi um dos conflitos mais violentos da história brasileira, ocasionando a
morte de 15 mil pessoas, entre sertanejos e militares. Em 1902, Euclides da Cunha publicou Os Sertões. Com a obra pretendia não apenas
contar o que presenciara no sertão, mas munido das teorias científicas vigentes – determinismo, positivismo e conhecimentos de
sociologia e geografia natural e humana, pretendia também compreender e explicar o fenômeno cientificamente. A obra constitui uma
narrativa com estilo literário, de fundo histórico (apesar do fato recente) e de rigor científico. Ao regressar de Canudos, Euclides foi para
São José do Rio Pardo em São Paulo, para administrar a construção uma ponte sobre o Rio Pardo. Nesse período, começou a escrever
Os Sertões, obra que publicou em 1902 e que o consagraria no panorama cultural brasileiro.
Euclides da Cunha faleceu no Rio de Janeiro, no dia 15 de agosto de 1909.
Obras de Euclides da Cunha
· Os Sertões, 1902
· Contrastes e Confrontos, 1906
· Peru Versus Bolívia, 1907
· Castro Alves e o Seu Tempo, 1908
A Margem da História, 1909